Poucas empresas têm iniciativas para eliminar o estigma da saúde mental, por Marsh Brasil
Matérias 30 de abril de 2020Mesmo que essa questão seja uma das barreiras para identificar e apoiar os trabalhadores, somente 21% das companhias brasileiras têm políticas corporativas para gestão de saúde mental dos funcionários
No mundo corporativo ainda é baixo o número de empresas com
ações implementadas para tratar de questões relacionadas à saúde emocional. Segundo
pesquisa da consultoria Mercer Marsh Benefícios, que avaliou programas de 880
empresas de 11 países da América Latina (158 do Brasil), apenas 36% das brasileiras
implantaram nos últimos dois anos alguma iniciativa que contribua para desmistificar
os estigmas da saúde mental dos trabalhadores.
O levantamento, intitulado “Tendências de Saúde Mental na América Latina e Caribe 2019”, ainda revela que a falta de orçamento é um dos principais entraves para implantar programas de monitoramento da saúde mental.
E mesmo que o estigma da saúde mental no ambiente de trabalho seja uma das principais barreiras para identificar e apoiar os trabalhadores com algum problema relacionado à saúde emocional, somente 21% das 158 brasileiras tem políticas corporativas para gestão de saúde mental dos funcionários.
Palestras e mesas redondas são práticas mais comuns
Segundo o relatório, mais de 45% das ações para eliminar o estigma
da saúde mental foram campanhas de educação em saúde mental (com palestras e
mesas redondas).
Outro grupo de empresas (22%) adotou políticas de diversidade
e inclusão.
Como as empresas obtém dados de saúde mental dos trabalhadores
A
pesquisa “Tendências de Saúde
Mental na América Latina e Caribe 2019”
também mostra que as empresas brasileiras priorizaram três ações nos últimos
dois anos: 35% realizam avaliação de risco psicossocial obrigatória por Lei, 15%
fazem quantificação de dados de absenteísmo relacionados à saúde mental e 12% mensuração
do uso do plano de saúde.
“As iniciativas, quando colocadas em prática, têm o objetivo de melhorar
a percepção da saúde dos trabalhadores, reduzir o absenteísmo e evitar a baixa
produtividade”, afirma Antonietta Medeiros, superintendente de gestão de saúde
da Mercer Marsh Benefícios.
Aquelas
que têm alguma iniciativa focaram em três frentes: 20% em treinamento de
líderes e supervisores para lidar com questões de saúde mental no trabalho, 22%
em programas de prevenção do abuso de álcool e sustâncias psicoativas, e 15% em
políticas de prevenção de violência e assédio no trabalho.